Monges encontram receitas antigas e recriam cervejas com 220 anos

Investigadores já estavam à procura das receitas nos arquivos há algum tempo, mas que ainda não tinham tido sucesso. O facto dos documentos estarem em latim e holandês antigo ainda complicou mais a tarefa.



Monges encontram receitas antigas e recriam cervejas com 220 anos


É um projecto que já decorria há vários anos. No passado, os monges belgas expressaram o desejo de começar a produzir novamente a sua própria cerveja, mas não conseguiam encontrar a receita original. Na altura foi relatado que quatro investigadores estavam à procura das receitas nos arquivos, mas que ainda não tinham tido sucesso.

“Já tínhamos os livros com as receitas antigas, mas ninguém as conseguia ler”, explicou o padre Karel Stautemas. “Estava tudo em latim antigo e neerlandês antigo. Então trouxemos voluntários e passámos horas nos livros e descobrimos listas de ingredientes das cervejas produzidas nos séculos passados, os lúpulos usados, o tipo de barris e de garrafas, e até uma lista das cervejas produzidas”, explicou.

Mas a receita não é utilizada na íntegra nas novas cervejas: “Não me parece que as pessoas agora gostassem do sabor da cerveja feita na altura”. Marc-Antoine Sochon, perito da Carlsberg que será o mestre cervejeiro da bebida medieval, explica que antigamente “a cerveja não tinha grande sabor, era como pão líquido”.

Inicialmente, em 1128, as cervejas eram produzidas na abadia, no entanto a cervejaria mudou de localização no século 18. Agora a cervejaria Alken-Maes produz a cerveja para o mercado belga e uma fábrica da Carlsberg trata da produção para mercados internacionais.

As cervejas actualmente produzidas sob a marca Grimbergen partilham o nome do mosteiro, o seu emblema (uma fénix) e o seu mote latim “ardet nec consumitur” (“queimados, mas não destruídos” – por ter sido três vezes atingida por incêndios).

No evento de lançamento da nova cerveja, a Grimbergen deu a conhecer uma edição limitada de 10.8% de álcool de uma Grimbergen Triple d’Abbaye, que serviu de exemplo para o tipo de cerveja que será produzida na nova microcervejaria a construir. A cerveja foi envelhecida em barris de whiskey durante cinco meses, seguindo uma técnica antiga que era utilizada para produzir cerveja nos anos 1500.

A nova microcervejaria, com capacidade de produção de 3 milhões de garrafas cervejas de 33cl/ano, deverá abrir ao público no final de 2020. Terá um centro de visitas, restaurante e bar.



Partilhar Facebook Twitter Linkedin E-mail